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Chimarrão: bebida símbolo presente na vida dos gaúchos

“Eu gosto de tomar chimarrão nas horas de lazer. Se puder ser olhando as plantas, em um parque, no sol, melhor. Sempre ajuda a aquecer o coração”.

“Chimarrão já é um hábito, companheiro de trabalho, sempre comigo durante o dia. E no final de semana, é sinônimo de descanso, de lazer, de paz”.

“Eu gosto de tomar chimarrão porque faz bem para a saúde. É um hábito que tenho desde pequena, acostumei a tomar com minha mãe, que tomava todos os dias”.

“Adquiri o hábito depois que vim morar no interior, é companheiro de todas as horas. Mas o chimarrão do final da tarde, olhando o pôr do sol, é o melhor de todos! Aquece a alma”.

 “É um hábito que nos atravessa, mas que parece vir de um passado longínquo”.

“O dia do chimarrão, para nós gaúchos, é praticamente todo o dia né?”

A dona Cleci Tomazzoni, que toma o seu chimarrão desde “guria”, conta que saborear um bom chimarrão é um ato saudável e que está na sua vida desde pequena. “E hoje eu continuo com este hábito, reunindo as pessoas para um bom mate e um bom bate-papo”, diz ela tomando um chimarrão no último domingo (21/04), junto da filha Ingrid e do neto Henrique, no Parque da Redenção, em Porto Alegre.

Cultura, tradição, costume, hábito. Esta tradição milenar de tomar chimarrão foi descoberta pelos povos indígenas e está presente na cultura gaúcha até hoje, todos os dias, por onde o gaúcho for.  “Onde o gaúcho estiver, no Brasil ou no exterior, estando com uma cuia na mão, o povo já sabe que é do Rio Grande do Sul, que é gaúcho”, lembra o presidente do Ibramate, Alberto Tomelero.

“O chimarrão é a identidade do gaúcho, que foi sendo construída ao longo dos séculos, não tem como dissociar o gaúcho do chimarrão e o chimarrão do gaúcho”, afirma o coordenador da Câmara Setorial da Erva-Mate, engenheiro agrônomo da Emater-RS/Ascar Ilvandro Barreto. Segundo ele, o chimarrão não é simplesmente uma bebida, mas um símbolo, que permite a sociabilidade, a troca entre as pessoas, a relação entre gerações e também a intimidade, o momento de reflexão, quando se toma sozinho.

“Depois da água, é o produto mais consumido e mais lembrado no sul do Brasil. E o mais consumido no Rio Grande do Sul, per capita. São, em média, 10 kg por habitante/ano”, destaca o presidente do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (Ibramate), Alberto Tomelero.

Atravessando fronteiras

“O hábito do chimarrão tem cruzado os oceanos e hoje já se manda erva-mate para todos os cantos do mundo, nós estamos vendo um aumento nas exportações do produto e a indústria ervateira está tendo que se adaptar a estes novos mercados e demandas”, destaca o presidente do Sindicato da Indústria do Mate no Rio Grande do Sul (Sindimate), Álvaro Pompemayer. Segundo ele, dá para se destacar a Europa e a Ásia como mercados com crescente demanda. E a meta, segundo Pompemayer, é fortalecer, além da exportação, o consumo de erva-mate no país.

Dia do Chimarrão

O Dia do Chimarrão foi instituído através da lei 11.929, de 20/06/2003, e define o chimarrão como bebida símbolo do Rio Grande do Sul e o churrasco à gaúcha como prato típico.

Patrimônio dos gaúchos

A erva-mate foi reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul, em 2023, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), envolvendo as formas de cultivo e comercialização. Ela também é a árvore símbolo do Rio Grande do Sul, reconhecida pela lei 7.439, de 8/12/1980.  E o ramo da erva-mate está presente na bandeira do Rio Grande do Sul, que data da Revolução Farroupilha, mas adotada oficialmente na Constituição de 1891.

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